Completo. Lê-se de cima para baixo

18º dia – Terça-feira

Dou uma volta ao Bairro Gótico. Vejo a Catedral, a Casa do Orfeão, um arco de triunfo romano (?), o Palácio da Justiça, um jardim com uma cascata, um elefante de cimento, graffitis da Joven Guardia Roja, várias igrejas, todas elas cheias de caixas de esmolas para o culto de isto e mais aquilo e para a reconstrução e para tudo.

Penso: Depois do último grande cataclismo que prendeu os homens à Terra, perdida a energia eléctrica, os slides que havia foram ampliados e estilizados em vitrais, para contemplação possível de todos. E as torres são a reminiscência da ligação Terra-Céu, por foguetão.
Estou farto da arquitectura hermética.

Muitas lojas têm letreiros e informações em espanhol e em catalão.
Há um monumento muito bonito, mas que fica longe e está inacabado, porque o arquitecto morreu: Monumento à Sagrada Família.
Deitei-me no quarto e dormi umas horas. Que bom é dormir! Mas uma série de pesadelos com pessoas, aparecem. Que se passa? O homem da tranquilidade está nervoso? Nervoso a dormir e apático acordado.
Estou aqui na esplanada de ontem. A Carmen apareceu, beijou-me, deixou a direcção e foi-se.
Tenho só 150 pesetas. Por isso, amanhã tenho que estar em França.
Estou agora a metade do caminho para Londres, que não sei se será a meta final, pois me parece que não será Londres que me satisfará.
Demorei um bocado a adormecer. Ainda para cúmulo, um tipo no quarto ao lado, que se ouvia distintamente, tossia.

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