Completo. Lê-se de cima para baixo

25º dia – Terça-feira

As melgas atacaram-me, sem piedade dum pobre adormecido.
Saí ao meio-dia, pensando que já fossem 16 horas.
Telefonei a um pedido de vindimador. Demasiado tarde. Já estavam servidos.
Escrevi ao Granja e ao Bragão – o meu companheiro de casa, a quem, antes de me vir embora, vendi a cama por mim construída com caixotões de madeira prensada, o colchão e outras coisas.
Troquei 1000 Esc. por 130 FF perto duma agência do Banco Pinto e Sotto Mayor (!).

Fui nas calmas para a saída da cidade e quando olhei para o “conta-quilómetros”, espetado na berma da estrada, marcava 5 km.

Boleia de 5 km dum tipo que me levaria para Perigueux mas, à última da hora, desisti e fiquei no cruzamento para Angouléme (direcção mais para noroeste).
Boleia de 15 km dum (mais um) homossexual. Para a próxima faço preço, para ver a reacção.
Boleia de 20 km, até Cavignac, dum puto com o qual falei em espanhol. Vinha duma greve, cansado de “não fazer nada” pois passou o dia a discutir com o patrão. Greve sem futuro, pois alguns colegas não podem aguentar uma greve prolongada.

Todos me dizem que em Cognac é que ainda de­ve haver vindimas em força.
É giro! Imensas povoações aqui da Aquitânia, têm nomes a terminar em Ac. Não me apercebi que terminassem em Oc as povoações do Languedoc – a zona de Perpignan e Toulouse.

Fui às uvas, de uma variedade a cuja doença se deve o sabor do licoroso.
O sol estava a pôr-se, o ambiente era morno, sossegado, rural. Não tenho pressa, por isso quedei-me Chez René – uma pensão de estrada.
Quarto sensacional por 18 FF. Aproveitei para cortar o cabelo no banho.

Vi televisão a cores mas o que vi não me leva a abonar grande coisa em favor da qualidade de imagem da televisão francesa. Que sei eu?

Mais recente›  ‹Mais antiga