Completo. Lê-se de cima para baixo

38º dia – Dia da Lua

Nenhuma carta. Pelas minhas contas, era mais do que tempo da chegada de três. E são tão importantes, santo Deus! Que interferências estranhas estarão a acontecer? Devo pensar que nada de anormal se passa?
Mas nada sei e eu não aguento mais isto, principalmente a cho­ver forte como hoje de tarde e as botas a ficarem presas na lama. Não trabalho mais e vou direito a Inglaterra. O que for se verá. Ou não.

Se não for muito caro, telefono e fica o ca­so arrumado.

À noite, comuniquei ao patrão a minha decisão. A cara dele era de contrafeito, mas sempre gentil. Não percebo porquê tanta cortesia. O meu ritmo, agora, é por demais lento.

Nada disse aos outros. Passei a tarde a assobiar e a cantar canções revolucionárias em português, sob chuva.

Mais recente›  ‹Mais antiga